quarta-feira, 6 de julho de 2011

Entrevista com Belutti - Jornal da Tarde

Belutti fala sobre o começo da carreira e também sobre o novo dvd!
JT – Como é esse papo de subir no palco pela primeira vez com o Marcos na gravação de um DVD?Belutti – Foi muito maluco isso. Ensaiamos em casa por dois meses para gravar o DVD. Um confiava na capacidade do outro, mesmo assim tentamos fazer shows antes da gravação, mas não deu certo.
JT – E como foi a gravação do DVD em fevereiro na Estância Alto da Serra?Belutti – Escolhemos a Estância por ser um local maior, que oferecia a possibilidade de usar um cenário maior, uma produção maior. Foi a primeira vez que vi uma grande mobilização por um show nosso. Eu chorei um monte com meu pai antes do show, porque era o sonho dele ser cantor. Quando olhei na frestinha da cortinha, meu pai disse que eu conquistei tudo o que ele sempre sonhou e me abraçou. Foi uma data especial que ficou eternizada na gravação. Na hora você sente tudo, lembrei de tudo que já passei e enquanto chorava, meu produtor ficava gritando comigo. Acho que ele pensou que eu não ia conseguir me apresentar (risos).
JT – E o que você já passou?Belutti – Até hoje algumas pessoas torcem o nariz por eu e o Marcos não sermos do interior de São Paulo e cantarmos sertanejo, mas meu pai era cantor e na minha casa todo mundo escutava sertanejo. Eu cresci ouvindo sertanejo. Desde os quatro anos de idade, sabia que queria cantar e fazer parte do Trem da Alegria. Eu me apresentava com moleques da minha idade em parques e restaurantes, cantava Donizeti e Marcelo Aguiar.  Quando cresci, passei a cantar sozinho em bares da Vila Madalena e do Bexiga. Eu pedia para tocar em lugares que tinham audição ou pedia para fazer canja. Eu ia de ônibus e praticamente pagava para cantar. Quando tinha cachê, o valor não passava de R$ 300. Muitas vezes acabei gastando esse dinheiro para pagar o táxi na volta porque já não tinha mais ônibus. Foi muito difícil e ao mesmo tempo uma escola. Aprendi a lidar com público, a escolher o repertório.
JT – Você chegou a desistir de ser cantor?Belutti – Eu tinha desencanado um pouco da música porque não conseguia meu objetivo e ninguém vive de elogio. Você precisa ser bem sucedido. Eu tinha cansado disso, decidi trabalhar normal. Fiz faculdade de publicidade. Formei a dupla um mês depois de voltar a cantar. O Bruno (da dupla Bruno e Marrone) já conhecia o meu trabalho e o Marcos também. Ele precisava de um parceiro e fomos apresentados para o Amauri Pereira, que hoje é nosso empresário.
JT – O que uma dupla precisa ter para fazer sucesso?Belutti – A gente nunca sabe a fórmula, porque senão só os mesmos fariam sucesso. Não depende só do artista. É preciso ter um bom escritório. Uma boa assessoria de imprensa, um bom empresário e que acredite em você. No caso do artista, tem que ter carisma, percepção do que está acontecendo hoje no mundo sertanejo, saber o que é sucesso. È preciso saber o que o público quer ouvir.
JT – E como você vê o mercado da música sertaneja hoje?Belutti – Muitas duplas aparecem e muitos empresários investem. Muita gente acha que ter dupla é a galinha dos ovos de ouro. Mas não é isso. Poucas duplas estão ficando e se destacando. Nós somos compositores e temos a percepção do que rola no mercado. Nós compomos e procuramos fazer um repertório do que agrade nossos fãs. Estamos sempre nos atualizando: a dupla Marcos e Belutti de 2011 é diferente da de 2007. O primeiro DVD era acústico voltado paro sertanejo antigo. Hoje deixamos de lado o refrão muito fácil, chiclete. Como já conquistamos um espaço, procuramos letras que falem de amor, de curtir a noite, de dar a volta para cima.

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